Edifícios recentes de betão armado (> 1960)
"Esta época é caracterizada por uma acentuada dispersão na variedade dos edifícios construídos, tanto em altura, porte, implantação, soluções estruturais, acessos, etc. São os edifícios que correspondem à génese e implementação dos regulamentos ao nível do betão armado e da construção. É um período caracterizado essencialmente por quatro linhas urbanas principais cada uma com subdivisões:
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Urbanizações planificadas e integradas situadas em grandes área (Portela, Olivais, Restelo) abrangendo as moradias e os edifícios altos;
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Urbanizações pouco planificadas, essencialmente ao longo dos corredores de saída de Lisboa (Lumiar, Luz, Benfica) com edifícios de características aproximadamente semelhantes;
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Urbanizações para habitação social (Telheiras, Chelas) englobando os edifícios baixos e de média altura;
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Desenvolvimento em torno das zonas clandestinas com habitação em alvenaria de aspecto temporário-permanente e habitação temporária com barracas.
A altura média dos edifícios i) e ii) sobe acima dos nove pisos, predominando edifícios em banda com vários fogos por piso e recorte urbano por grandes blocos rectangulares. A noção de quarteirão esbate-se. A habitação social apresenta altura média de 4 a 6 pisos e ocupa áreas importantes da cidade".
Com o aumento da altura e as exigências de resistência face às acções sísmicas aparecem os elementos verticais de rigidez elevada sendo as caixas de escadas e de elevadores os mais generalizados. Aparecem ainda paredes resistentes aplicadas principalmente em alguns troços das empena. "As associações de pórticos e paredes resistentes numa ou duas direcções pode ser efectuada por maio de vários processos originando as chamadas estruturas mistas. Estruturas como sejam as pré-fabricadas, as estruturas em caixão ou túnel são outras modalidades bem conhecidas de todos". Surgem várias formas de pavimentos desde as lajes maciças, às pré-fabricadas por vigotas ou nervuradas, todas elas numa ou em ambas as direcções. Ainda se podem encontrar lajes amaciçadas junto dos topos dos pilares.
"Relativamente ao contacto com o exterior estes edifícios apresentam aberturas bem maiores para as janelas, e muitos rés-do-chão praticamente sem alvenaria. As paredes exteriores, em geral continuam a ser de alvenaria de tijolo, duplas, embora em alguns casos já se vejam paredes de pré fabricação pesada presa à estrutura principal.
A par dos grandes desenvolvimentos tecnológicos nas práticas construtivas assiste-se ainda neste período à manutenção de casas de construção clandestina, com 1 a 3 pisos, umas vezes de forma mais permanente quando as obras são essencialmente em alvenaria com alguns elementos de betão armado e de forma temporária quando se refere a barracas de madeira ou de construção pré-fabricada leve e simples. Estes dois conjuntos de habitat social apresentam diferenças importantes entre eles nos aspectos tipológicos principais e ocupam pequenas áreas da cidade".
Tem sido um período em que se tem igualmente verificado a renovação do parque habitacional em variadas áreas da capital, principalmente nas cobertas pelo período gaioleiro. A renovação urbana faz-se geralmente dando origem a edifícios de escritório ou mistos e nas novas áreas urbanas surgem edifícios predominantemente para habitação.
Finalmente interessa também referir que a construção dos últimos 20 anos assume aspectos bem diferenciados em toda a sua linha arquitectónica, com edifícios altos e vários pisos abaixo do solo em zonas de renovação do parque ou em novas áreas urbanas.
Não foi mencionada até ao momento a zona industrial da cidade que se estende junto ao rio Tejo sobre os aterros conquistados ao rio. A parte habitacional destas zonas é muito reduzida, estando desde a EXPO 98 em franca expansão.
Galeria de imagens (em construção)
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