Revista 105 XXII Lição
Manuel Rocha Novembro
2005 |
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O PROBLEMA DAS FALHAS ACTIVAS NA ENGENHARIA CIVIL |
António Gomes Coelho |
O PROBLEMA DAS FALHAS
ACTIVAS NA ENGENHARIA CIVIL
The problem of active faults
in civil engineering
António Gomes Coelho
RESUMO – O
problema das falhas activas na engenharia civil insere-se na questão mais geral
da avaliação do perigo sísmico dos locais de implantação das obras,
nomeadamente dos grandes empreendimentos, como as instalações da indústria
nuclear, as grandes barragens ou as armazenagens de LNG, que se caracterizam
por um risco potencial elevado.
Na análise do problema das falhas activas cruzam-se
fundamentalmente três domínios – a
geologia, a sismologia e a avaliação do perigo sísmico (no contexto da
engenharia sísmica) – cuja aplicação define uma marcha do geral para o
particular, dos estudos académicos e regionais para os estudos aplicados e
específicos.
Nesta
perspectiva, importa começar por enquadrar o problema das falhas activas no plano científico fundamental e analisar a natureza do problema em Portugal
continental, tendo em conta a sua situação particular no quadro da tectónica
global.
Daqui, poder-se-á então partir para a consideração
das abordagens mais adequadas ao estudo específico do sítio de um empreendimento,
que permitam servir de base ao exercício de julgamentos e à tomada de decisões,
baseados em resultados conjugados de ciência, tecnologia e experiência,
designadamente:
– Decidir se
nos devemos preocupar com as falhas;
– Reconhecer
uma falha activa;
– Decidir se uma falha representa um perigo
inaceitável de rotura à superfície.
SYNOPSIS – The problem of
active faults in civil engineering falls within the more general scope of
earthquake hazard evaluation concerning the sitting of large critical
facilities, such as nuclear plants, large dams and LNG storage.
The analysis of the problem of active faults calls mainly for three
fields of knowledge – geology, seismology and earthquake hazard evaluation (in
the context of civil engineering) – whose application defines an approach from
general to particular, from academic and regional studies to more specific and
applied investigations.
In this perspective, we need at first to view the problem of active
faults against its scientific background and inspect the actual nature of this
issue in continental
Then, we can consider the methods deemed most adequate to site-specific
studies of large critical facilities allowing exercising judgments and making
decisions based on conjugated results of science, technology and experience,
such as:
– To decide if we have to worry about faults;
– To recognize an active fault;
– To decide if a fault poses
an intolerable hazard of surface ground rupture.